segunda-feira, 30 de julho de 2012

Dito pelo não dito


Vamos lá,
Caçar o que não é usado,
O que é dito
O que não é bem dito,
Santo ou pagão,
Dito pelo não dito.
São Benedito,
Sejais vós,
Bendito,
Em minhas vestes rubras,
Manchadas,
Pelo o maldito,
Dito,
Em palavras insanas,
Por profanas,
Que esqueceram,
O dito,
Pelo não dito...

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Doce


Sinto
Ela chega
Joga-me ao chão
Tira-me a roupa
Lança-me o teu corpo
Invade-me
Por cima
Goza
Do gozo
Que
Jamais
Foi
Visto...
Ela chega.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Nudez


E você
Com seu corpo nu
Frases
Desenhos
Escritas
Símbolos
Vida
Ver sonhos no nosso amor
Você no meu abraço
Vendo o seu abraço
Nossos abraços abraçados em noites chuvosas
Estas que ainda não chegaram
Frio
Calor
Tesão
Torpor
Mentes abertas
Eu queria estar deitado
Ao seu lado
Do seu corpo
Nu
Seu corpo escrito
Pelas marcas do meu tempo em seu tempo
O meu falo no seu falar
Eu queria estar agora deitado
Ao seu lado
Nu
Com seu corpo
Abraçado
E escrever mais uma vez a nossa história...

Expresso 16

Acordou assustado, correu até o banheiro,leu a bula e concluiu: Bem que o vendedor disse que o amor tinha prazo de validade

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sonhos intranquilos V


Desculpe-me, mas hoje não tenho nada a dizer. É, eu sei que tínhamos um trato. Eu tinha esta O-BRI-GA-ÇÃO, mas hoje felizmente não. Não consigo. Eu desisto. Levo a vida no baile. Baile de vida. Milton, Lô, Brant, Guedes, eles. Fodas. Não digo mais. Era o trato. Que se exploda o trato. De nada mais vale o valor de valer alguma coisa. Vale nada. Valo nada. Valemos o peso de nossas almas. Eu sei, também sofri por estes tempos de vermelhidão. A cabeça do meu pau também é vermelha. Sua buceta também é avermelhada por dentro. Chupo-te. Me chupas. Chupamos-nos e depois de longo gozo e frenesi na alma, nos cobramos pela felicidade fugida de nossas mãos. Eu sei, a culpa é nossa. Foi-se a chance, ficaram as feridas, seguem as seqüelas. Difícil desistir de viver a vida viva de pessoas viventes em sertões quentes e áridos. Causticidade me arrebenta. Vou ali e já volto. Não sei quando. Não sei por quê. Não sei nada. Morra, mata, viva, levita, repita: Eu não te amo mais. Mas, mesmo assim, sinto a sua falta ao meu lado quando acordo em dias de sonhos tranqüilos. Padeço no esquecimento da vida. Levita e me leve leve junto com você, pra pedra do arpoador. A Curral Del-Rey já não pode ser meu limite. Limito em apenas em respirar. Sim, ele está ao meu lado. Vamos... Eu e ele. Ernesto me chama. Tenho que ir. Vou com ele. Ele que me segue, eu que o sigo. Dois perdidos nestes sonhos intranqüilos chamados de vida. Quem vive? Hei Ernesto, me espere, já arrumo a mochila e chego ao seu lado. Beijos e desligo...

Baby, baby


Não baby, já te disse, não irei trocar-te por dez migalhas de pão, nem ao menos por pequenas notas de dez, e nem imaginei abandonar-te por outro baby, baby. Agora, se você continuar implicando com meus sapatos azuis chamuscado de bolinhas pretas e cadarços amarelos, sim! Sou capaz de sair por aquela porta, carregando minha mochila florida e dentro dela “minhas calças vermelhas e meu casaco de general”. 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Vidas e feridas


Eram dois pequenos pedaços,
  Pequenos pedaços,
    Pequenos pedaços.

Eram duas pequenas vidas,
  Pequenas vidas,
    Pequenas vidas.

Eram duas vidas pequenas,
  Vidas pequenas,
    Vidas pequenas.

Eram duas,
   Eram duas,
      Eram duas.

Feridas, 
  Feridas,
    Feridas.

Caos que chegou até o coração.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Expresso 15


Ele: Posso segurar em tuas mãos e me escorrer pelos seus longos cabelos?
Ela: Claro, não me manchando a pele com a sua tristeza, fique a vontade.

Partida


Resolvi não me esconder mais. Te amo! Porra!
Claro que hesito, não confio em você.
Como não?

Não é não.

Éramos um só

Hoje dois

Vivíamos juntos

Hoje separado

Te amo!

Ama nada.

Te quero!

Quer nada.

Ai!

Que foi?

Nada, apenas o amor que foi embora...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Esquinas


Eu não queria dizer mais nada. Apenas me bastava falar o que já havia dito. Mas era necessário, precisava, lamentava, e o mais idiota de tudo, eu queria estar ali. Sim, eu queria. Sentado a porta do Mercado Central, vendo você andando com ele, de um lado para o outro. Que nem fazia comigo. Lembra? Pois é, era eu que tinha que estar ali. Mas não estava. Estava do outro lado, olhando a passarela da Curitiba com Augusto de Lima. Eram tão bons aqueles dias, e eu, naquele momento, poderia estar em qualquer lugar do meu Belo Horizonte, mas não, resolvi sozinho, sim não tive ajuda de ninguém, nem daquele taxista que me levou a primeira vez até você, muito menos do seu amigo que me dirigia às palavras sábias me ensinando como te tratar bem, este mesmo aí, sim!, este que está ao seu lado neste exato momento, andando com você na passarela da Curitiba com Santa Catarina, sabe, acho que já te disse isto,era eu que devia estar aí, ao seu lado. Lembra? Sim, nós dois, passeando entre os corredores, os bares, procurando potinhos para tempero: “Ah Baby, você não sabe o tanto que penei até chegar a comprar potinhos de temperos.”, e eu?Tempero a vida com o que? Solidão? Lamentos? Novos amores? Sim, eu tinha que estar ali, vendo você passeando, de um lado para o outro, pulávamos sempre a entrada da Amazonas, não queríamos ver animais presos. Você sempre ecológica, eu sempre seu. É baby, a vida não está fácil para ninguém. E lhe ver aí, ao lado da banca, não!, por favor, não compre este abacaxi, com ele não! Baby era eu que devia estar aí, carregando sua sacola, levando você até o carro. Sim, eu abro a porta, não, não precisa, eu coloco atrás, não se preocupe, segunda-feira cedo eu volto aqui e compro pra você. Sim, mas agora eu não posso mais. E Belô, tão bela como sempre, me brinda com todas as esquinas, e eu, estar ali, na junção de Goitacazes com Curitiba, vendo você romper a Padre Belchior em direção ao estacionamento na São Paulo. Não baby, não lhe seguirei, seguirei agora para outros caminhos, caminho como sempre, a procura de nunca mais padecer. E sim, naquela esquina nunca mais estarei. Não adianta olhar e procurar, pois de todas as esquinas que nunca estarei, ela é a principal. Sim, mas neste momento, eu que deveria estar ali...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Lágrimas negras

Queria te abraçar
Hoje
Ao som de “Lágrimas negras”
Amanhã
Durante o banho
Ver-te retirar o lápis negro dos olhos Black
Sorriso
Sabonete no rosto
Estilhaços de noite rondando nosso corpo
“E você baby vai... vem... vai...”
A toalha de cima é sua
Nova maquiagem
Novas lágrimas negras
No novo amanhecer
Que vai vem vai volta!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Escambo

  Estou trocando!

Troco sexo de qualidade por amor meia boca.

Troco tudo por beijo de amor pela manhã.

Estou trocando tudo!

Quer trocar pelo meu iphone?

Até Maristella entra na jogada.

E o meu note?

Meu Nokia?

Troca comigo, vai...

Quer o pata-branca?

Te dou 2 caixas...

Troco tudo, tudo mesmo, só pra você chegar e me abraçar mais uma vez...

P-a-u-s-a


E com a chegada dela, veio a pausa.

P-a-u-s-a

R-e-f-l-e-x-ã-o

D-a

V-i-d-a

P-a-u-s-a

P

A

U

S

A

Até que a roda rode e movimente o pausado pelo tempo.

Três em Um


Hoje
Acordei
Assim

Você
Feliz

Em
Mim

Solto
Pelo

Quarto

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Dicionário

Ela dizia: Esquece o dicionário.

Ele pensava: Queria esquecer você. Seu toque, seus lábios, seus cheiros, seus abraços, seu sexo, seu gozo, meu gozo, queria esquecer tudo e novamente me entregar aos seus braços e abraços e reconquistar cada sentido esquecido, aos poucos, len-ta-men-te, sem pressa, sem medo, sempre teso, mas sem medo. Inventaria palavras para te louvar, gozaria infinitas noites, daria, a ti, tudo que pudesse quisesse merecesse recebesse. Sim, daria. Morreria em seus seios, renasceria em suas coxas, nas suas costas escorregaria e finalmente chegaria até seu pescoço, que morderia sem medo, sem pressa, sem sem. E assim, esqueceria o dicionário...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Classificados 2


Troco sexo de qualidade por amor meia boca. Afinal, não sou apenas um caralho

Viva viva!


Não aceito viver metade,
Ou vivo com veemência,
 Ou me escasso,
Pela metade não preenchida

domingo, 1 de julho de 2012

Rosas

Panos de rosas
Enfeitam
Minha
Única
Veste azul
Nela há seu perfume
Torpor
Em
Cada
Cheiro...
As rosas crescem