A bola amarela encoberta, ela, a final
o pano verde do bilhar, o copo de cerveja na ponta
o taco velho, meio torto, lambrecado de giz azul
e a bola amarela próximo à caçapa
Mais uma vez a vida, passando pelos olhos
A luz rubra, as pessoas indo, chegando, parando para ver o jogo
o jogo da vida, o jogo da morte e do trago do maldito cigarro
Lembrou de parar de fumar, lembrou tarde demais
Parou, mirou, respirou ofegante
pulmão cheio, visão turva, taco, dedos, olhos, corpo.
A bola amarela e a preta, na caçapa oposta.
Não errar - pensa. Não errarei - afirma
e a vida passa novamente por entre os dedos, indo... vindo...
o braço força
lembra dos filhos que estão em casa, da mulher... traga de novo - maldito vício
A bola branca voa por cima do pano verde, trajetória retilínea
passa-se um, dois segundos intermináveis e... le n t a m e n t e acerta o alvo
a bola branca, a bola amarela...
escrito por Clovisnailton