segunda-feira, 28 de julho de 2014

Ao tempo...


Tudo ao seu tempo, ao seu tempo – Ela dizia. E ele, nu de alma e envolto a um lençol branco, corria entre os carros. Perdido em si, mesmo nu ou vestido com o alvo, não sabia como viver. E vivia. Triste. Correndo nu. Envolto do lençol branco. E em pouco tempo, raro tempo que tinha, aprendeu, que mesmo sem escolha, tudo, tudo mesmo, acontecia no seu tempo. Ao seu tempo. Mas, para ele, o tempo nunca chegava. E com lágrimas escorrendo sua face, sorria ao sol. Na ânsia de achar o tempo. Aquele senhor velho que existe desde antes da sua chegada por aqui. E todo mundo tinha o seu, menos ele. E ela, sorrindo do alto da serra, apontava em sua direção e dizia, dia após dia, o mantra. E o tempo dos outros corria. E ele, sem tempo, passou...