sexta-feira, 17 de junho de 2011

Bola morta

Mais uma vez a vida lhe prega peças
A bola amarela encoberta, ela, a final
o pano verde do bilhar, o copo de cerveja na ponta

o taco velho, meio torto, lambrecado de giz azul
e a bola amarela próximo à caçapa

Mais uma vez a vida, passando pelos olhos
A luz rubra, as pessoas indo, chegando, parando para ver o jogo

o jogo da vida, o jogo da morte e do trago do maldito cigarro
Lembrou de parar de fumar, lembrou tarde demais
Parou, mirou, respirou ofegante

pulmão cheio, visão turva, taco, dedos, olhos, corpo.
A bola amarela e a preta, na caçapa oposta.
Não errar - pensa. Não errarei - afirma
e a vida passa novamente por entre os dedos, indo... vindo...

o braço força
lembra dos filhos que estão em casa, da mulher... traga de novo - maldito vício
A bola branca voa por cima do pano verde, trajetória retilínea

passa-se um, dois segundos intermináveis e... le n t a m e n t e acerta o alvo
a bola branca, a bola amarela...

escrito por Clovisnailton

Babilônia macedônica

Babilônia afônica,
Nos desastres errôneos,
Macedônia que me ama,
Em ninfas invejosas,
Onde a fé é a maldade,
Que sugerem sacanagem.

Nudez enrustida,
Nervos a pele flor,
Asco do nunca,
Da terra da fuga,
Falta do amor.

Babilônia afônica,
Acertos pseudônimicos,
Macedônia me despreza,
Narcisos espalhados,
Em doces ácidos,
Minha vida arrasada.

 Negra dor oblíqua,
Em raios azuis lilás,
Merda cor em riste,
Sinto falta do ar,
Na atmosfera rarear.

Babilônia afônica,
Macedônia que me ama,
Babilônia afônica,
Macedônia me despreza,
Babilônia afônica,
Macedônia...

quarta-feira, 8 de junho de 2011


Ele sorria,
   Só ria ele,
     Ele, só, ria.
      
                                              Ele só.

                          Só ele.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Vejo a vida fugir

Um beijo roto,
No rosto louco,
Ecoou para mim.

O rasgo do fato,
No céu aberto,
Não foi assim.

Vejo a vida fugir... fugir...

No largo risco,
Do rosto roto,
Aberto assim.
 
O gozo,
Roto do louco,
Goza de mim.
 
Vejo a vida fugir... fugir...

Nem cravos,
Nem rosas,
Cuidaram de mim.

Nem dor,
Ou sorte,
Fizeram-me assim.

Vejo a vida fugir... fugir..