sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Desgraceira

Era macaxeira,
Trepadeira,
Capoeira,
Sem eira nem beira,
De baixo  da cachoeira,
Que Ernesto, homem de pouca fé,
Acreditou ter encontrado a derradeira,
Única oportunidade verdadeira,
De se livrar da desgraceira,
Que fez perder a estribeira.

Na pirambeira,
Açoiteira,
Britadeira,
Cabeleira,
Bolinando a adeleira,
Que José, rapaz sem-vergonha,
Aceitou consertar a besteira,
Que ele provocou na ribanceira,
Que trouxe tanta desgraceira,
Pro povo pobre de Madeira.

Da espingardeira,
Cuspideira,
De chumbeira,
Derradeira,
Nunca se viu tanta sangueira,
Onde o sem fé e o sem vergonha,
Acertaram verdadeira desgraceira da besteira,
E Maria Feia, famosa mexeriqueira,
Tava escondida na capoeira,
Dissertou pro povo da pantaneira.

Foi choradeira,
Olheira,
De lombeira,
Leseira,
Trepada na teba da limeira,
Que Maria, moça “desmoçada”,
Chorou todas as lágrimas verdadeira,
Sem pensar que era besteira,
Se "desmoçar" ainda solteira,
E causou toda a desgraceira pros lados de Madeira.

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