Nas esquinas imundas e pútridas, ele se aconchegava. Mendigava o encontro, o afago, o doce, a neve branca e sutil dela. Tudo era ela, até mesmo a dor, e disto ele entendia bem, do desencontro maldito causado pela mesma dor, porém que outra provocara, o céu gris da tarde calorosa do outono vivido no inverno. O isqueiro aceso, a cigarrilha soltando fumaça, o ar enfeitado pelo cheiro da erva cubana no ar. O transe...
No quarteirão fechado entre Carijós e Afonso Pena, ele se prostra. Ergue as mãos para o ar e relembra o primeiro encontro, talvez o encontro que nunca existira, e chora... chora um choro chorado de coisas estranhas nervosas. Os joelhos dobram, a gravidade força o encontro maldito do calçamento com o seu rosto débil. Lágrimas salgadas banham a face cansada da procura do encontro. As forças falham, o enjôo chega e a luz vai se definhando... a sensação é reconhecida... o transe.
Um afago a cabeça é sentido. O ar é reconhecido, o molde moldado contra o sol é perceptível. Não pensou nem uma vez, agarrou-se nos braços longos dela e desapareceu pela Amazonas... em transe.
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