sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sonhos intranquilos V


Desculpe-me, mas hoje não tenho nada a dizer. É, eu sei que tínhamos um trato. Eu tinha esta O-BRI-GA-ÇÃO, mas hoje felizmente não. Não consigo. Eu desisto. Levo a vida no baile. Baile de vida. Milton, Lô, Brant, Guedes, eles. Fodas. Não digo mais. Era o trato. Que se exploda o trato. De nada mais vale o valor de valer alguma coisa. Vale nada. Valo nada. Valemos o peso de nossas almas. Eu sei, também sofri por estes tempos de vermelhidão. A cabeça do meu pau também é vermelha. Sua buceta também é avermelhada por dentro. Chupo-te. Me chupas. Chupamos-nos e depois de longo gozo e frenesi na alma, nos cobramos pela felicidade fugida de nossas mãos. Eu sei, a culpa é nossa. Foi-se a chance, ficaram as feridas, seguem as seqüelas. Difícil desistir de viver a vida viva de pessoas viventes em sertões quentes e áridos. Causticidade me arrebenta. Vou ali e já volto. Não sei quando. Não sei por quê. Não sei nada. Morra, mata, viva, levita, repita: Eu não te amo mais. Mas, mesmo assim, sinto a sua falta ao meu lado quando acordo em dias de sonhos tranqüilos. Padeço no esquecimento da vida. Levita e me leve leve junto com você, pra pedra do arpoador. A Curral Del-Rey já não pode ser meu limite. Limito em apenas em respirar. Sim, ele está ao meu lado. Vamos... Eu e ele. Ernesto me chama. Tenho que ir. Vou com ele. Ele que me segue, eu que o sigo. Dois perdidos nestes sonhos intranqüilos chamados de vida. Quem vive? Hei Ernesto, me espere, já arrumo a mochila e chego ao seu lado. Beijos e desligo...

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