sábado, 10 de novembro de 2012

Um beijo... e só


E a solidão se aproxima em saltos. Pé ante pé, florida pelas flores da primavera, se esquiva da alegria que a rodeia. Ela chega, vem ao encalce do homem que a menospreza. Sem dó, sem dor, sem ao menos pensar em um único motivo para não atacá-lo, ela se apresenta na portaria. Bate a porta, força a trinca, abre o sorriso branco, o cheiro da dama preenche as lacunas profundas da alma, alma, ama, desalmada é ela que chega e aproveita do momento sombrio da alma. Aconchega-se no sofá escuro da sala clean, serve uma cerveja numa taça qualquer, acende um cigarro, solta mais uma gargalhada e finalmente o abraça. A noite fria é o resultado, o dia agitado é a ressaca, o almoço de domingo frente à televisão é o sexo da semana. Segunda-feira chega, e da mesma maneira que chegou, ela vai embora, porta afora, outro amante, outro homem, outro sofrer.

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