quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Prelúdio da solidão eterna

E mais uma vez, sozinho. Enquanto passa o mundo, você está aí. Longe. Distante das minhas mãos. Mas meu coração não sabe. “Estou a dois passos, do paraíso”. Dou um respiro prolongado, na tentativa boba de tirar o resto dessa ansiedade circular. Fecho os olhos. Sinto você novamente ao meu lado. Um amor silencioso. Quadris mexendo. Dedos entrelaçados. Em riste, mas pouco a pouco, vencido.  Cheiro você em meu travesseiro. Sua foto na parede esquerda do canto direito da cama. O universo conspira...

“Mais uma vez eu vou te deixar”

O sol entra pela janela. Aquece a pele. Olho para o lado. Não te vejo. Novamente dou um respiro prolongado. Espero um sinal de você. Nada vem. Corro até a escada e fico olhando a rua. O tempo corre. Zune. As “idéias não correspondem aos fatos”.  Meus cabelos cada vez mais esbranquiçados. Seu sorriso me enche o peito. Lavo o rosto com a água que inunda minha face. Face a face com a solidão. Ela no portão, você aí e eu, o mais cruel de todos, aqui. Só.

“Mais uma vez eu vou te deixar”

Passo o café da manhã. Acendo um. Na fumaça que segue até a mata, deixo você ir. Novamente. E agora...

“Mais uma vez eu vou te deixar”



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