Ernesto, meu amigo, venha! Finalmente consegui enxergar o
topo do Curral Del Rey! É sério. Sabes bem que não minto. Levante-se homem.
Mire o foco para lá. Lá no final. É ele. É o topo. Devemos descer e finalmente
ganha-lo. Nossa escalada nas Gerais por fim está a findar. Venha, venha! Só pode ser o final. Eu te disse:
A caminhada será breve. Breve! Bravo! Avante!
Homem, não é possível, onde está sua fé? E o desejo de
colocarmos uma pedra em cima destas todas indagações? Não queria ver o mundo
de outra forma? Não era nosso desejo
dançar sob a chuva em louvor aos bandeirantes que começaram nossa jornada?
Levante! Avante! Lets’ go, man! Arriba!
Sinta, sinta este calor só pode ser do topo. Lembra quando
te disse que os Caetés chegaram antes deles por aqui? E os Guaranis dançaram
tangos antes mesmo dos moradores do Plata? Rapaz, não me decepcione, levanta-te
homem, é a nossa chance. É o fim da caminhada. Não teremos outra. Vamos
atravessar este último obstáculo, chegar ao topo e vangloriarmos de feito jamais
feito em todos os tempos. Quem serão fulano, beltrano e sicrano perto de nosso
triunfo? Ninguém! Quem em todos estes
tempos passados conseguiu tal sucesso? Es el fin. Then end.
Ernesto levanta. Coloca a mão em minha testa. Me sacode,
mais uma vez. Pega a xícara com o chá amargo, feito das folhas achadas no
último campo de cerrado, e coloca em minha boca. Engulo len-ta-men-te... Ele me
diz que logo logo a febre irá baixar e continuaremos a caminhada: Hasta la
victoria! Ele promete
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