quarta-feira, 6 de março de 2013

Sonhos intranquilos VII


Ernesto, meu amigo, venha! Finalmente consegui enxergar o topo do Curral Del Rey! É sério. Sabes bem que não minto. Levante-se homem. Mire o foco para lá. Lá no final. É ele. É o topo. Devemos descer e finalmente ganha-lo. Nossa escalada nas Gerais por fim está a findar.  Venha, venha! Só pode ser o final. Eu te disse: A caminhada será breve. Breve! Bravo! Avante!

Homem, não é possível, onde está sua fé? E o desejo de colocarmos uma pedra em cima destas todas indagações? Não queria ver o mundo de  outra forma? Não era nosso desejo dançar sob a chuva em louvor aos bandeirantes que começaram nossa jornada? Levante! Avante! Lets’ go, man! Arriba!

Sinta, sinta este calor só pode ser do topo. Lembra quando te disse que os Caetés chegaram antes deles por aqui? E os Guaranis dançaram tangos antes mesmo dos moradores do Plata? Rapaz, não me decepcione, levanta-te homem, é a nossa chance. É o fim da caminhada. Não teremos outra. Vamos atravessar este último obstáculo, chegar ao topo e vangloriarmos de feito jamais feito em todos os tempos. Quem serão fulano, beltrano e sicrano perto de nosso triunfo?  Ninguém! Quem em todos estes tempos passados conseguiu tal sucesso? Es el fin. Then end.

Ernesto levanta. Coloca a mão em minha testa. Me sacode, mais uma vez. Pega a xícara com o chá amargo, feito das folhas achadas no último campo de cerrado, e coloca em minha boca. Engulo len-ta-men-te... Ele me diz que logo logo a febre irá baixar e continuaremos a caminhada: Hasta la victoria! Ele promete

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