quarta-feira, 10 de abril de 2013

E você, por onde anda?


E você, por onde anda?
E eu aqui, neste bar, me matando ao embriagar, com o lagoinha à risca, o líquido transparente arranha minha garganta, entre goles e soluços, e você, onde anda?
E a saudade, está que agora vem visitar-me insistentemente, di-a-pós-dia, noites cinzas frias sem teu calor, cama larga, travesseiro solto, desejo morto. E o teu corpo, que outrem era meu copo, onde sorvia a vida, tua vida em minhas mãos, mãos que lhe acariciavam, prazer de você em mim, e  você, agora, onde anda?
Em total solidão, chorando aos poucos, visito bares onde já te encontrei. Procuro sem orgulho: o homem que ama não tem orgulho, sei, alguém já te disse isto.  Nos fundos dos copos, em outros corpos, em sorrisos tão falsos, em dias opostos, e agora, me diz, onde anda você?
É o fim, sei bem, de um jeito peculiar entendi. A noite é vazia, o copo estará vazio, a vida se esvazia... entre os copos, entre os corpos, entre todos o lugares, e agora, onde anda você?
Verdade seja dita e cravada na alma: É  a dor, esta que afaga, norteia  o homem que se diz amado amante amor... E agora, onde anda você?

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