quarta-feira, 17 de abril de 2013

Obituário do amor

Isto não é pra mim, definitivamente não nasci pra tal coisa. No início frenesi total, depois relaxa, mais um tempo... voa, e quando menos esperamos, finda!

Fico me perguntando algumas vezes: "onde foi parar o fogo? E as noites quentes? Manhãs lutando contra o despertar do relógio e se enroscando entre pernas e abraços, onde foi tudo?" É... A coisa toda é bem complicada. E o pior é que se você tenta se desligar destas interrogações acaba por matar o danado e se continua a pensar é taxado com outros nomes.

Já não sei adjetivar  qualquer tipo de relação. Se é namoro, ficada, pegada e até mesmo largada. E adjetivar sentimentos então?, é bem mais complicado: paixão, amor, descaso, indiferença ... Tudo isto é bem angustiante, tão angustiante quanto esperar um beijo de língua ao amanhecer.

Claro,  com certeza, nesta hora você estará pensando: "não seja tão pessimista meu caro escrevente, o amor está no ar! ". Concordo que  em algumas manhãs o beijo, o corpo, o coito e tudo mais é ofertado, e nestes momentos é que me bate a lembrança dos abraços noturnos, o aconchegar no colo, pés se esfregando durante a madrugada, o sorriso...

O sorriso! Este companheiro de horas intensas, seja qual for o momento, sacia o tempo do esperar. É nele que me agarro, tal como uma criança a sua teta favorita. Em dias gris, é ele que vem e ilumina o viver. E assim volto a acreditar no amor. O mesmo que queria sepultar  no início deste texto. O mesmo sentimento que dizia não acreditar e renegar a sua existência em mim.

Definitivamente isto não é pra mim. Viver sem amor e negá-lo a cada amanhecer solitário. Desculpe-me meu pobre jornalista, mas se depender de mim tão cedo iremos publicar a morte dele. O amor não será sepultado desta vez.

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