terça-feira, 19 de outubro de 2010

Devaneios 1302

Enquanto fico aqui com a cabeça demente olhando para o céu, minha boca grita palavras eloquentes, querendo aquecer os mais belos cachos de seu cabelo. O rojo expelido pela face incrível da dor que abastece a cavidade mais estranha do invólucro de alguém, a marca pesada e prensada do ferro à brasa, que um dia chegou e feriu o mais tenro tecido que cobria aquele santuário erguido no meio da sala, mostra com exatidão a intensidade do grito. Anjos e demônios se abrigaram no lado esquerdo do telhado ouvindo as súplicas expelidas enquanto o verme que chega e destrói a vida, chegava e se alimentava do ócio produzido pelo ódio e vergonha explícitos nas palavras brotadas por aí. O suor desce a testa e é fato: na noite de São Judas não fui eu quem gritou a favor do encontro maldito que se sucedeu instantes após a bomba explodir ao lado do terraço do décimo quinto andar daquele edifício que era belo no início, e que se tornou esquizofrênico ao romper da aurora.Nada mais, nada menos, apenas isto para seu gozo provocado pelas maldições ditas exacerbadamente. Nada, além disto, ou aquilo. Nada...

Nenhum comentário: