quinta-feira, 15 de julho de 2010

Ela e ele

Dezoito horas e eu aqui parada nesta esquina estranha. Tudo começou quando recebi a ligação dele. Há quanto tempo não ouvia aquela voz. Na hora que atendi, e reconheci quem era, meu coração palpitou. Bambeei as pernas. Senti um calor enorme. Aquele filho da puta não me procurava não sei há quanto tempo. Da última vez me usou e largou-me lá, no motel, com a conta pra pagar. Mas hoje, ao telefone, me disse que mudou. Que agora a coisa seria diferente. E eu, idiota apaixonada que sou, aceitei mais uma vez, dar-lhe a chance que pediu. Agora estou aqui nesta esquina, esperando o puto aparecer. Ai!, como sou idiota.

Eu sei, mulher é um bicho esquisito. Mas sou assim... apaixonada! Mesmo sendo por ele, não tenho vergonha. Já me falaram um monte, mas sabe como é, quando a coisa pega e a pegada é forte, a gente fica louca. Existe aquele ditado machista: “Amor que fica, é amor de pica”. Confesso que no início achava ri-dí-cu-lo, mas hoje, com esta experiência toda que tenho de vida,nestes meus dezenove anos de idade, concordo plenamente. Ele, por exemplo, só de pensar fico toda molhada. Vá entender bicho-mulher.

Lá vem ele. Não muda mesmo. A mesma calça jeans lavada, o tênis desamarrado, barba por fazer e aquele sorriso amarelo. Não sei o que vejo neste traste. Mas ele me fascina. Atrasado como sempre. Olha o andar dele, desengonço só, chego até ter dó. Mas quando me pega nos braços, começa a me beijar, vou às alturas. Sujeito sacana. Um puto na cama. Deixa-me retocar o batom, ele ama. Uma nova pincelada do perfume. Ajeitar a calcinha, colocando bem gostosa. Ajeitar o cabelo... pronto!, agora serei dele.

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