terça-feira, 20 de julho de 2010

Falando com ele

Meu Deus!, socorra-me, afinal, o fim se aproxima. A luz está negra, a escuridão está clara, e a clara não envolve mais a gema. O universo desistiu de unir o verso. E eu não suporto mais a pressão de estar sempre pré-são!

Meu Deus!, socorra-me com suas mãos que não existem, afinal, o final é mais certo que o recomeço, a idade não me lembra mais a ida e sim à volta, “o pra sempre, sempre acaba”, e eu, que sempre fico aqui , com o intuito de ficar para sempre, um dia irei desaparecer deste maldito lugar. Já que um dia tudo finda. O amor, o ódio, a vida. Dê-me mais um copo de coca-cola por favor!

Meu Deus!, socorra-me, porque o meu prazer não mais me satisfaz. O Uísque aranha minha garganta. A calcinha azul me deixa sem graça, e a vermelha, me deixa mais irritado que normalmente sou. A cama me corta a carne acamada. E o meu sexo não pertence mais a mim. Sim!, nada mais é meu, e vai tirando o cavalinho da chuva, porque o seu também não pertence a você. Nada mais é de alguém, e sim, tudo agora é de ninguém. A mais perfeita e mórbida comunidade, comum-unidade, com uma idade. Idade de quem?, vida de quem?, quem é o ninguém, e o alguém? Comum?

Meu Deus!, meu Deus, você existe?

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