quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Crescente opção de amar

Com tudo pronto, coloquei-me de frente a porta. Abro ou não abro? Decisão simples que naquele exato momento poderia mudar toda a minha vida.

Certa vez pensei que nunca mais iria deixar algo me arrebatar desta maneira. Viver é fácil, morrer mais ainda, como diz um amigo nosso, “Até quem nunca morreu, agora está morrendo”. Mas amar... e viver o amor é algo difícil, diria até que seria impossível. Sim impossível!, para nós seres humanos que somos. Egoístas de natureza. Não concorda? Pare e pense por alguns minutos e me diga: Somos ou não somos? Claro que somos.

Mas estava ali, frente à porta, com a mão na maçaneta, prestes a decidir o meu futuro, viu como somos egoístas? O meu futuro.
Ela, que não é egoísta, já pulava dentro da sala, demonstrando a alegria que a invadia já antes de abrir a porta.

Se abrisse me entregaria em seus braços e a deixaria entrar em meu corpo tosco, ainda coberto pelos trapos de egoísmo que me cobriam. Nu ficaria sempre em meu quadrado preferido. Todas as noites, todos os dias, todos os anos que ainda me restavam.

Se não abrisse, ficaria chocho. Sem graça. Um egoísta em extrema exatidão.

Dúvidas cruéis.

Mas uma coisa é certa, não desistiria ou ao menos não pronunciaria que desistiria depois de abrir a porta e me entregar aos seus braços. Mesmo se por algum momento tenha sentido algo que não tenha acontecido.

Eu não largo, eu não desisto, eu não paro.

Por isto a indecisão de abrir a porta ou não.

Mas o desejo de amá-la era crescente e pela minha experiência de pessoa vivente, de ser vivo que sou, necessitava dela ao meu lado. Sempre, pra sempre. Com planos, sem planos. Com panos ou sem panos.
Com jeito, giro a maçaneta e deixo o raio de luz, oriundo do teu sorriso, iluminar todo o meu habitat. Ela já não parava de pular e dançar para a luz que adentrava.

Optei, vou amar. Vou viver. Vou sofrer.

Mas serei seu, unicamente seu.

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