As crianças foram levadas para outro lado do pátio, deixando para trás a companheira inseparável e mais amável. Não tiveram escolha, o ladrão de sonhos chegou e apoderou-se dos seus últimos instantes de felicidade, deixando para nós, que ficamos vivendo o pesadelo da perda, a dor e a saudade amargurada daquelas manhãs, das algazarras, da cabecinha pela tela protetora, do arame sendo retocado a cada tentativa triunfante de um pouco mais de liberdade.
A companheira amável vive triste esperando que um dia, quem sabe, seus amigos pretos e brancos reapareçam para brincar pelo pátio. Novamente algazarras pelo quintal, o barro sendo amassado e espalhado pela varanda. Mas desta vez não quer mais a tela protetora. Infelizmente não compartilho da inocência de criança que ainda não conhece a dor do roubo de sonhos. Sei que no outro pátio ficam correndo e aproveitando o afeto que Ele pode proporcionar. Afeto maior e mais amoroso que o nosso.
Há um ano...
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