Caminhando apressadamente pela Rua da Bahia, ele é surpreendido pela voz calma...
- Olá! Tudo bem?
- Olá...
- Olá...
- Tudo bem? Você está bem?
- Você está bem?
- Quem é você?
- Eu!? Fácil responder isto. Eu sou a sua antítese!
- Hã?! Que isto? Realmente você está bem?
- Você está?
- Eu estou!
- Então eu não!
Já irritado com o rumo da conversa, ele coçou a cabeça. Pediu aos céus que lhe desse um pouco mais de paciência, já que aquele dia havia começado conturbado. Franziu a testa e novamente dirigiu seu olhar à pessoa que o interceptara no meio da calçada.
- Olha eu não te conheço. Não sei quem é você. O que pensa. O que quer comigo!?
- Já te expliquei. Eu sou a sua antítese. Sua nova forma morfológica. A semântica do que você não vê, não sente, não nada. Eu sou isto, o aquilo e talvez, eu disse talvez, dependendo da maneira que você estiver, eu serei o tudo. O luto. A vida. O amor. E a dor. Eu sou você assim... ao contrário, com sentido e de uma maneira nova.
Ele respira profundamente, fecha os olhos, passa a mão na testa. Sente o suor escorrendo. Abre os olhos novamente e não enxerga mais a pessoa a sua frente.
sábado, 19 de junho de 2010
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