domingo, 13 de junho de 2010

Nós dois!

E mais uma noite acaba. E com ela, ao meu lado, volto para casa. Abro a porta e juntos entramos. Procuramos o mesmo copo. A mesma água, o mesmo gole, o mesmo mesmo.

O frio contundente, desta noite, mostra o tanto que estamos juntos. Unha e carne. Sangue e veias. Eu e ela. Nós dois.

Sem frescura deitamos juntos. Nus, inteiramente pelados, nos abraçamos. Aquecemos-nos no frio que nós mesmos provocamos.

A noite de prazer, o amor único, cada qual no seu lado da cama. Sonhos, desilusões e luxúria.

Pela manhã viro para o lado. Peço incansavelmente que ela vá embora, afinal, não a quero tão perto de mim.

Ela, como todas as manhãs, tenta me convencer do tanto que é importante em minha vida. Em minha sobrevida. Em minha sorte.

Eu, amargamente amado, suplico para que ela me deixe. Que nunca mais volte. Que abandone minha cama, pois preciso do calor, do tato, da saliva e do céu.

Ela diz que não. Não me abandonará nunca mais. Sempre estará comigo. Seremos dois sempre sempre.

Sem conseguir convencê-la a abraço novamente e choro em seu colo. Embalado novamente nos seus braços, vamos andando lado a lado.

Eu e a solidão. A solidão e eu. Ela e eu. Eu e ela. Nós dois!

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