quarta-feira, 16 de junho de 2010

Uma dose de conhaque

O álcool já demonstrava seus efeitos. A noite fria sugeria mais uma dose do conhaque para aquecer-lhe novamente o peito. Estava ali, naquele bar da praça, ao menos umas duas horas. Não sabia o porquê de estar ali, entre tantos bares foi parar logo ali, ao lado da casa dela.

O coração apertado, o sexo em atraso, o amor desleixado. Saudades do corpo que, até há pouco tempo, lhe pertencia. Tragou a última dose e, como se estivesse em transe, começou a caminhar rumo à casa da deusa. Cabisbaixo, e calçando a máscara do desejo, prostrou-se em frente do prédio.

As lembranças renasciam em sua cabeça. Lembrava-se da boca, da voz, do cheiro do corpo, dos seios duros e fartos, do vaivém frenético do quadril, do gosto da boceta na boca. As lembranças excitavam-no, mas o medo da rejeição o fazia temer apertar o interfone. O desejo de vê-la era forte. A vontade de tê-la mais uma vez era enorme. O sexo perfeito, ali; era só apertar o número do apartamento e pronto. Pensou novamente se seria apropriado aquele momento, se não haveria outro em seu lugar, se ela ainda o desejava, se... se. Virou-se para a rua e almejou chegar à outra calçada, quando uma voz conhecida o chama.

O sorriso recebido e doado, as trocas de mãos, o beijo furtivo. Entraram prédio adentro, resenharam sobre fatos, coisas, festas, shows e beijos. O assunto surgia, o corpo reclamava a falta, o sexo cheirava.

As bocas se entrelaçaram num balé de corpos no chão da sala, corpos à mostra, seios, pelos, boceta, pau, sexo, gozo. Juras de desejo, beijos longos, amor imperando. Acabaram-se na sala. Janis Joplin cantarolava, e eles ainda com o desejo do amor em seus corpos. Caminharam de mãos dadas para o quarto, onde novamente se amaram.

O corpo dourado pela luz da lua, a boca com o gosto gostoso que só ela possui, os seios amados e cultuados, o púbis nu do pêlo, o amor no sexo. O gozo jorrava, a oração do gozo era repetida como uma ladainha, o desejo de morrer ali, naquela hora, era imenso. O quadril deslizava em suas mãos levando a bunda direto ao seu cacete. O urro do tesão preenchia o vazio do quarto. Seu amor, de quatro, sendo possuída mais uma vez. O céu ali.

Amaram-se durante horas. Horas que pareciam meses, tamanha a intensidade do amor. De pé, ele a beija e desce a escada ganhando novamente a rua. Prometendo a si próprio que voltaria e reencontraria a paz novamente.

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