quarta-feira, 12 de agosto de 2009

De onde surgiu tudo isto?


Hoje pela manhã estava fazendo meu velho e bom chá de hortelã. Água quente, saquinho na xícara, adoçante na medida certa, três gotas nem mais nem menos. Escuto o trem passando, vejo um urubu pela janela, escuto a maquina de lavar centrifugando.

Respiro fundo, me encorajo e pergunto ao léu: “De onde surgiu tudo isto?”

Logicamente ninguém responde. Moro sozinho, vivo sozinho e normalmente durmo sozinho.

Até que a vida aqui, em Santa Tereza, é boa. Tem um galo que canta todo dia de manhã. O cão do vizinho vive chorando no final do dia pra ficar solto e cumprir seu papel. O metrô passa sempre me alertando que há vida na cidade.

Volto o olhar pra xícara e vejo a fumaçinha subindo. O urubu continua lá, sobrevoando não sei o quê. O trem já passou, se bobear já deve estar lá na praça da estação. Quem continua ali comigo, do mesmo jeito de antes é a maquina, que continua a centrifugar.

Bebo o chá já adocicado, respiro profundamente e penso: “De onde surgiu tudo isto?”

Não desejo respostas. Meu único desejo é viver.

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