sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Naquele exato momento


Por um momento achei que já não estava mais aqui...
Olhei pro céu através da janela, e vi uma única estrela.
O céu está estranho...

São 23 horas, escuto coisas caindo no apartamento, não consigo distinguir se está acontecendo aqui ou no vizinho. O barulho é muito, é perto, é seco. Masristella decidiu que hoje não dormiria em casa, moro sozinho novamente.

Estou pouco me lixando se o argentino chegou e fez barulho... Este filho da puta ainda me paga, vive me acordando chegando de madrugada.

"O coração do homem bomba faz tum-tum até o dia que ele fizer bum!". O celular toca... Não sei onde estou. Lembrei! Porra negão, era pra tomar mais cedo! Agora já estou em casa!

Olho pro céu novamente, a estrela continua lá. Por certo momento me senti fora do corpo. Fora daqui.
Senti que não era mais eu, não sei que porra eu era naquele momento. Era tudo, menos eu.
Não tinha mais barriga grande, não estava entupido de pizza de domingo, meu pau estava morto.

Foi estranho. Foi paz. Foi à morte.

Naquele exato momento que não estava comigo, me senti leve. Senti-me morto. Senti-me... me senti como não me sinto a muito tempo.
Algo estranho, incompreensível, maravilhoso, único.

Se a sensação de morrer for esta, eu a quero. Mas se esta sensação for à da vida em plenitude? Nunca vou saber. Nunca terei certeza. Nunca...

Naquele exato momento queria repetir a dose...

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