sexta-feira, 9 de abril de 2010

Circulando

Na minha vida perdida, de homens assombrados e mulheres espetaculares, vejo-me novamente na rotatória da insensatez. O céu cinza com o sol se escondendo entre as nuvens, nestas manhãs intensas de outono, vem o frio.

O frio da cama, da poltrona, do lado avesso do sentimento que um dia nutri por alguém.

Insensato é a versão oblíqua que um dia escutei de alguém, talvez o mesmo alguém que me alimentou durante carnavais e temporais, sobre a existência de nós. Não me lembro bem quem me disse isto, ou se realmente me disseram isso ou se é apenas mais um dos meus devaneios na escuridão da vida.

È fato. O natal será em dezembro, assim como o carnaval foi em um dia de um mês diferente dos últimos carnavais.

Quando saio da rotatória e volto ao meu quarto, é claro que não vejo nada alem do quadro da serpente brigando com os lobos e o cavalo, me sinto feliz. Meu quadrado insensato como a vida da rotatória que deixei para trás. Normalmente me sinto único nestes momentos de inexatidão. De não ter você ou até mesmo eu. È estúpido o sentimento de solidão. È insólito tal coisa na vida de tais pessoas.

Eu sou a pessoa, o estúpido!, eu sou o insólito. Eu sou eu e diferentemente do que possamos pensar... nós somos nós.

Apenas eu, apenas tu, apenas nós.

A rotatória da insensatez está novamente ali. E eu novamente entro nela e retorno a viagem sem fim, sem volta, sem começo, sem eu, sem você.

Circulando...

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