“Fraco, lixo, escroto, babaca!”, não era a primeira vez que ele escutava isto dela. Toda vez que o álcool lhe consumia a vida, a batalha era a mesma. Um tempo bem maduro de convivência. Vitórias e derrotas alcançadas. Mas aquilo deveria ter um fim.
“Filho da puta, ordinário, mesquinho”, e o vocabulário chulo era despejado em seus ouvidos. Ouvido de mercador nestes momentos de ódio misturado ao amor. Já se preparava para as agressões físicas. Mantinha distância. Recuava-se ao ponto de se trancar no quarto ao lado. Proteger o lar.
“Eu te amo, não me deixe só”, a mente começa a funcionar. O sentimento de arrependimento aparece. A crise moral, do amoral feito, arrebata-lhe. Os cabelos loiros esvoaçados cobrem a face. O desespero aperta-lhe o coração. Porta trancada, mulher debruçada à mesa. Choro. Pele trêmula. Calafrios e arrepios.
A mão estendida oferecendo-lhe um colo, um afago, um carinho. Lábios salgados das lágrimas derramadas. Promessas e juras de fidelidade soltas no espaço do quadrado. Roupas espalhadas pela sala. Fluídos e corpos trocados. Amor feito do ódio repentino. Ódio feito do etílico. Gozo do gozo de gozar do amor.
Caráter à prova. Convivência à prova. Amor à prova.
E a batalha continua... dia após dia.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
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