quarta-feira, 12 de maio de 2010

Paixão de bar

O hálito que exalava da sua boca demonstrava o cio presente. Não fazia mais idéia quanto tempo havia passado desde a última vez que foi possuída por alguém. Sentada na cadeira do bar, já meio extasiada com o etílico, ela olhava para o rapaz, cada vez mais apaixonada.

Paixões são repentinas e devem ser vividas no exato momento do seu aparecimento – divaga com o rapaz a respeito da paixão e seus mistérios. Não conseguia mais ocultar o estado prolixo de excitação. Queria ser possuída ali mesmo, se possível, e, com isto, mandava seus sinais de fêmea. O sabor do amor apresentava cada vez mais nos copos virados vagarosamente. Garrafa após garrafa.

A conta, por favor – ordenou ao garçom que fosse rápido, pois não podia mais esperar. Mais alguns minutos sentada ali naquele bar, naquela calçada e naquele estado, não seria mais responsável pelos seus atos. A mão sobre as mãos do seu futuro macho suava. Calafrios eram sentidos e o cheiro do cio espalhava-se em sua atmosfera. O amor estava por vir.

O frio do mês de junho, o calor do mês de janeiro e a festividade do carnaval, tudo isto ocorrendo naquele instante. Ali, naquele carro. Parado numa rua qualquer de uma cidade qualquer. A paixão sendo absorvida e resolvida em pequenos metros quadrados. O inferno cada dia mais próximo, segundo seus preceitos religiosos. O amor que iria curar seus males da alma. E o cheiro do tesão finalmente perfumava a sua vida.

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