quinta-feira, 6 de maio de 2010

Na mercearia

Divago sobre poesia com o dono da mercearia. Dois ignorantes na arte de poetar. Mas a gente tenta. Fazemos rimas esdrúxulas. Declamamos sonetos que não existem. Profetizamos o amor eterno e incondicional em versos chulos. Erotizamos a vida e as relações malsucedidas e as bem-sucedidas também.

A loura gostosa que passa na esquina. A negra de seios firmes e que rebola que é uma maravilha. A japonesa que até hoje pela manhã não comemos. A ruiva romântica que vem todo dia comprar um não sabe o quê. A morena que está no ponto do ônibus conversando com a outra de cabelo vermelho. Essa tem um baita rabo que não tem como não observar.

Somos dois tarados poéticos. Comemos todas nas nossas divagações poéticas sobre o amor. Amamos todas. Odiamos as chatas e finalmente casamos com a melhor. Qual é a melhor? Nem sabemos, e não nos preocupamos com isto. Afinal, amanhã outras musas estarão passeando em nossas vidas. E voltaremos a poetar...

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