quinta-feira, 13 de maio de 2010

Enaltecer a tristeza

A tristeza enaltece o meu sentimento em relação às relações vividas e sofridas. Nesse ambiente juramentado pela dor do amor, sinto-me cada vez mais inferiorizado aos grandes amantes de outrora, e até mesmo aos novos Dons Juans das esquinas de Minas. O peito segue sofrido, o ópio já não me conduz à extrema sensação de leveza do existir. Sigo me contaminando, cada dia mais, com a inexatidão de não ser mais Eu. Eu que já fui o feroz!, o selvagem no cerne!, o caçador de caças absurdas e infundadas. Sinto-me cada dia mais fragilizado e entregue aos leões, como Daniel, porém, com uma grande diferença: as bocas não estão fechadas e, a cada dia, me arrancam um pedaço desta carne que me serve de escudo. Escudo derrocado e definhado pela tristeza enaltecida, dia após dia, em relação às relações vividas e sofridas.

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