terça-feira, 25 de maio de 2010

Renasceis

Não me prostituo mais. Acho simplesmente nojento o fato de algum outro corpo me encostar sem ao menos me amar. Mãos que não pertencem ao meu coração não pertencem ao meu corpo. Sexo sem o desejo de acordar no outro dia pela manhã e novamente amarmos. Cafés sem intimidade. Dinheiro imundo colocado sobre a mesa de um quarto qualquer. Dinheiro qualquer como o sexo malfeito e obrigatório – disse ao encontrar um ex-cliente que a interrogava sobre o porquê da sua ausência nas festas promovidas por Madame Ortiz.

Parada na praça de alimentação daquele badalado shopping, chamava a atenção de todos. Não tinha homem que não a olhasse com cobiça. Cobiça que antes era fácil de saciar. Hoje não mais. A vida vil que tinha não lhe pertencia mais. Suas pernas maravilhosas, seus seios fartos e duros e sua boca carnuda agora pertenciam a apenas uma pessoa. Seu amor.

Pasmado com o que acabara de ouvir, pôs-se a afastar o mais rápido possível daquela tentação acessível em outros tempos. Ela era sorriso só. Mais uma vez havia marcado o território do amor em seu corpo. Corpo que já havia passado de mãos em mãos. Bocas em bocas. Seios em seios.

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